"Se vivesse hoje, Rimbaud seria músico de rock"
A frase a cima é de outro importante poeta, Leminsk, comentando o temperamento de Arthur Rimbaud, poeta francês do século IXX.
O poeta assustou seus contemporâneos com sua precocidade poética e comportamento explosivo: Escreveu obras-prima ainda muito jovem, entre os 15 e os 18 anos. Entretanto, desistiu da poesia muito cedo, dedicando-se a um emprego formal. O jovem viveu um violento romance com o poeta simbolista Paul Verlaine, razão de escândalo na época.
Para saber mais sobre Arthur Rimbaud, você já sabe: É só escutar o MINUTOS DE POESIA na rádio Educadora FM 107.5. O programa passa de segunda a sexta 11:30h e 23:30h.
Você também pode escutar no site :
http://www.irdeb.ba.gov.br/educadora/catalogo?busca=minutos+de+poesia
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E agora, VAMOS DE POESIA:
ADORMECIDO NO VALE
Tradução: Ferreira Gullar
É um vão de verdura onde um riacho canta
A espalhar pelas ervas farrapos de prata
Como se delirasse, e o sol da montanha
Num espumar de raios seu clarão desata.
Jovem soldado, boca aberta, a testa nua,
Banhando a nuca em frescas águas azuis,
Dorme estendido e ali sobre a relva flutua,
Frágil, no leito verde onde chove luz.
Com os pés entre os lírios, sorri mansamente
Como sorri no sono um menino doente.
Embala-o, natureza, aquece-o, ele tem frio.
E já não sente o odor das flores, o macio
Da relva. Adormecido, a mão sobre o peito,
Tem dois furos vermelhos do lado direito.
É um vão de verdura onde um riacho canta
A espalhar pelas ervas farrapos de prata
Como se delirasse, e o sol da montanha
Num espumar de raios seu clarão desata.
Jovem soldado, boca aberta, a testa nua,
Banhando a nuca em frescas águas azuis,
Dorme estendido e ali sobre a relva flutua,
Frágil, no leito verde onde chove luz.
Com os pés entre os lírios, sorri mansamente
Como sorri no sono um menino doente.
Embala-o, natureza, aquece-o, ele tem frio.
E já não sente o odor das flores, o macio
Da relva. Adormecido, a mão sobre o peito,
Tem dois furos vermelhos do lado direito.
Rimbaud. Ontem, hoje e sempre.
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