quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Iolanda Costa - Água


Água


eu   não   me  encontrava.   em   nenhum    quintal   eu

estava, sentada  ou  brincando  com  gansos  e  outras

aves ou retiarando os caroças das carambolas, quando

você  chegou.  eu  me   vestia   muito.   estiava   folhas

e flores e  não  umedecia  o sonho.  a  sua  ideia  vinha

sem   bússola  e  cetro.   desproporcionava   na   altura

da escada e esperava: fúcsia e roxa. e  cheia de  mãos.

e eu, tão cheia de  vestidos e de vassouras,  atravessei

o pátio, o árduo e  ofereci os  meus  cabelos.  deitei-os

sobre os  seus ombros e eles  sonharam    o   que   os

seus olhos viam. e voamos



IOLANDA COSTA
Poetisa, filósofa e grapiúna!

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