Água
eu não me encontrava. em nenhum quintal eu
estava, sentada ou brincando com gansos e outras
aves ou retiarando os caroças das carambolas, quando
você chegou. eu me vestia muito. estiava folhas
e flores e não umedecia o sonho. a sua ideia vinha
sem bússola e cetro. desproporcionava na altura
da escada e esperava: fúcsia e roxa. e cheia de mãos.
e eu, tão cheia de vestidos e de vassouras, atravessei
o pátio, o árduo e ofereci os meus cabelos. deitei-os
sobre os seus ombros e eles sonharam o que os
seus olhos viam. e voamos
IOLANDA COSTA
Poetisa, filósofa e grapiúna!
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